GONÇALO BYRNE ARQUITECTOS
 

trancoso, portugal

2006-2010

 
 

Photos: Duccio Malagamba

Refurbishment of the Trancoso Castle

The origin of the Trancoso Castle dates back to the Roman occupation around the year 301 B.C. albeit the first written reference dates from the year 960 A.D. This first structure – mainly an outpost for observation and defense - was destroyed by successive invasions and reconstructed in the century IX. Until the XII century, it testifies several processes of conquest and regains alternatively by Christians and Muslims ending with the final conquest by Afonso Henriques, the first king of Portugal. This conquest determined the construction of a fortified perimeter to shelter a local community and to guarantee the visual domain over the surrounding territory and the control over the existing network of roads. During the reign of D. Dinis, the perimeter of the castle was reinforced and expanded into the configuration that practically remained until the present day.

After decades of gradual decay, the castle was classified as National Monument in 2001 leading to a few campaigns to rehabilitate and consolidate the fortified walls which enabled a posterior subtler design approach and, therefore, a silent valuation within the scope of the strict consolidation and enjoyment of the existing structure, providing it with contemporary accesses and visitor support units.

The small and chirurgical interventions – consisting of “installations” rather than buildings - try to avoid mimetic gestures, pastiche or camouflage, assuming a contemporary language albeit pursuing a balanced harmony with the ancient structure.

 
 

Português

 A origem do Castelo de Trancoso remonta à ocupação romana por volta do ano 301 a.C., embora a primeira referência documental seja relativa ao ano de 960 d.C. Esta primeira estrutura - um posto avançado de observação e defesa - foi sucessivamente destruída por invasões bárbaras e, posteriormente, reconstruída no século IX. Até ao século XII, a estrutura testemunha vários processos de conquista e reconquista entre cristãos e muçulmanos, terminando com a conquista final de Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. Esta conquista determinou a construção de um perímetro fortificado para abrigar uma comunidade local e garantir o domínio visual sobre o território circundante e o controlo sobre a rede existente de estradas. Durante o reinado de D. Dinis, o perímetro do castelo foi reforçado e expandido para a configuração que permaneceu, praticamente, até aos dias de hoje.

 Após décadas de decadência gradual, o castelo foi classificado como Monumento Nacional em 2001, conduzindo a algumas obras de reabilitação e consolidação, sobretudo dos muros fortificados, o que permitiu uma abordagem de projecto mais subtil e, consequentemente, uma avaliação silenciosa no âmbito da estrita consolidação e fruição da estrutura existente, proporcionando acessos contemporâneos e unidades de apoio ao visitante.

 As intervenções cirúrgicas e de pequena escala - consistindo em “instalações” em vez de edifícios - tentam evitar gestos miméticos, de pastiche ou de camuflagem, assumindo uma linguagem contemporânea, embora procurando uma harmonia e um equilíbrio em relação à estrutura antiga.