GONÇALO BYRNE ARQUITECTOS
 

Lisbon, portugal

1990-2006

 
 

Photos: Daniel Malhão (Convent), Fernando Guerra (New Campus)

Higher Institute of Economics and Management of the University of Lisbon

The project of the Higher Institute of Economics and Management of the University of Lisbon includes two distinct moments: the rehabilitation of the Convent of Santa Brígida das Inglesas (known as Convento das Inglesinhas) and the creation of a new building set, valuing the historic building and qualifying the urban perimeter, building the extension in the contiguous vacant lots.

Like other convents of female religious orders in the Bairro da Madragoa, the Convento das Inglesinhas, founded in the early sixties, has undergone successive transformations over the centuries. In 1864, the convent was acquired by the Jesuits who maintained the Colégio de Jesus Maria José there until the establishment of the Republic, introducing in this period several extensions. With the Republic, the Museum of the Republican Revolution was born in this space, and later, the Higher Institute of Commerce, which gives rise to the Higher Institute of Economic and Financial Sciences, currently the Higher Institute of Economics and Management.

The rehabilitation of the convent consisted of providing and modernizing the necessary infrastructures for the functioning and connection of the various spaces, converting the semi-buried floor into a technical area and unloading pier. On the remaining floors, the original structure of the convent was maintained, adapting the various spaces in classrooms, offices, social rooms, study centers and spaces for administrative services. To provide greater thermal comfort, it was designed a glass facade around the cloister, maintaining, on the upper floor, a distance from the arches structure to function as an accessible balcony. A new building allows access through Quelhas street and contains the restaurant as well.

For the new area, the intention was to create a more permeable university campus, which could be used and traversed freely, along new routes connecting Francesinhas street and Miguel Lupi street. Two parallel buildings create a central courtyard aligned along the central axis of Francesinhas garden, whose void is replicated in this and which extends with the green treatment of the containment slope of Miguel Lupi street.

This opening to the city is accentuated with the implantation of the Library building on the main access axis, in a ramp ladder, which joins Francesinhas street to the central courtyard, reinforcing its public and collective character.

 
 

Português

 

O projecto do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa inclui dois momentos distintos: a reabilitação do Convento de Santa Brígida das Inglesas (conhecido por Convento das Inglesinhas) e a criação de um conjunto edificado novo, valorizando o edificado histórico e requalificando todo o perímetro urbano, construindo a extensão nos terrenos baldios contíguos.

À semelhança de outros conventos de ordens religiosas femininas no Bairro da Madragoa, o Convento das Inglesinhas, fundado no início de seiscentos, sofreu, ao longo dos séculos, sucessivas transformações. Em 1864, o convento é adquirido pelos Jesuítas que aí mantêm o Colégio de Jesus Maria José até à instauração da República, introduzindo nesse período várias ampliações. Com a República, nasce neste espaço o Museu da Revolução Republicana, e, posteriormente, o Instituto Superior de Comércio, que dá origem ao Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, actualmente, Instituto Superior de Economia e Gestão.

A reabilitação do convento consistiu na dotação e modernização das infraestruturas necessárias para o funcionamento e ligação dos vários espaços, convertendo-se o piso semi-enterrado em zona técnica, cozinha e cais de descarga. Nos restantes pisos, manteve-se a estrutura original do convento, adaptando-se os diversos espaços em salas de aulas, gabinetes, salas de convívio, centro de estudos e espaços para serviços administrativos. Para conferir maior conforto térmico, optou-se por criar uma fachada em vidro em redor do claustro, mantendo, no piso superior, uma distância à estrutura de arcos do mesmo, funcionando como varanda acessível. Um corpo novo permite o acesso pela rua do Quelhas e contém o restaurante.

Com a expansão, quis criar-se um campus universitário mais permeável, que pudesse ser utilizado e percorrido livremente, introduzindo novos percursos de ligação entre a rua das Francesinhas e rua Miguel Lupi. Dois edifícios paralelos criam um pátio central alinhado segundo o eixo central do Jardim das Francesinhas, cujo vazio se replica neste e o qual se prolonga com o tratamento vegetal do talude de contenção da rua Miguel Lupi.

Esta abertura à cidade é acentuada com a implantação do edifício da Biblioteca no principal eixo de acesso, em escada rampeada, que une a rua das Francesinhas ao pátio central, reforçando o seu carácter de equipamento de utilização, essencialmente, pública e colectiva.